O jeito simples e a careca com expressões do tempo disfarçavam uma das mais esperadas atrações da 10ª Feira do Livro de Ribeirão Preto. Marcelo Tristão Athayde de Souza ou simplesmente Marcelo Tas precisou falar sobre seu livro fora do Theatro Pedro II, local marcado para a sua palestra nesta sexta-feira, 18. Tudo pelo grande público que fazia questão de ouvir cada palavra do apresentador, roteirista, diretor e agora autor.
Ernesto Varela, TeleKid, Professor Tibúrcio ou apresentador de um dos programas de mais audiência da TV brasileira, Tas foi chamado de “nerd multimídia” pela plateia, mas logo fez questão de colocar as coisas em seus devidos lugares, “temos que valorizar o contato com as pessoas que estão ao nosso redor, não há nada melhor que isso”.
Baseado na ideia de que uma democracia é feita por diferentes opiniões, Tas criticou o processo pelo qual sofre o CQC pela Câmara dos Deputados, que tenta impedir os humoristas-jornalistas de trabalharem dentro do estabelecimento, público por sinal.
Chico Ferreira, âncora do Jornal da EPTV, apresentou Marcelo Tas ao público e começou indagando se “perguntar, ofende?”. A resposta foi categórica. “Perguntar é a melhor maneira para provocar uma pessoa”.
A linha tênue entre humor e jornalismo da fórmula usada pelo CQC foi questionada pela plateia. “O humor é a maneira mais séria de entender um assunto. Você só ri quando entende. Ou seja, a risada é como um orgasmo do conhecimento”. Mas deixou claro que o programa tem bases jornalísticas ao revelar que “para cada animalzinho que você vê na TV, existem dois jornalistas por trás dando apoio”.
Ao final da conversa com o público, Marcelo Tas autografou seu livro, tirou foto com fãs e atendeu à imprensa, sempre sob a sombra do assessor da editora Panda, mesma editora pela qual deve sair o próximo livro de Tas. “Estou há oito anos tentando escrever um livro infantil. É o meu próximo objetivo”
Nunca Antes na História deste País
O livro lançado no final do ano passado é uma compilação de frases “pouco inteligentes” do presidente Luís Inácio Lula da Silva. “Quando surgiu a ideia eu relutei porque não queria fazer um livro satirizando apenas o presidente, mas tem muita coisa no livro que enaltece as qualidades do Lula”.
Indagado sobre a intenção do livro, lançado às vésperas das eleições presidenciais, Marcelo Tas foi contundente. “É preciso parar de ser paranóico com essa coisa. Não é porque eu critico o Lula que sou Serra e vice-versa”.
Marcelo Tas elogiou a 10ª Feira do Livro, enquanto a organização dava um show de desorganização, vista mais claramente no tumulto em frente ao teatro e no atraso de 40 minutos para o evento marcado para iniciar às 9h.