Pai Laboratório
Respeitável público
A vida já me deu oportunidades exraordiárias. Há mais de 25 anos, trabalho com o que gosto: Comunicação. Recentemente, nos últimos três anos, me divirto na condução do CQC, programa de TV que mistura humor e jornalismo, e atinge uma imensa faixa de jovens com menos da metade da minha idade. Agradeço à essa jovem audiência, mas peço licença para uma confidência: Não há nada que se compare a trabalhar para o público infantil. Meu primeiro contato com a criançada se deu, talvez não por acaso, quando eu começava a deixar de ser "jovem". Ia completar 30 anos e voltava ao Brasil depois de uma temporada nos Estados Unidos.
Aqui me aguardava turbulências na política e na economia. Para completar o quadro, minha mulher estava grávida, e eu, desempregado.
Foi quando recebi o convite para participar da criação do Rá-Tim-Bum na TV Cultura. Foi uma lufada de ar fresco que entrou na minha vida e irriga minhas células até hoje. Inventar do zero, quase 200 episódios de TV para crianças se deu em sincronia com o nascimento da minha primeira filha. Um presente e tanto. Mas o melhor estava por vir: A resposta desse respeitável público nas ruas. Desde 1990, estreia o Rá-Tim-Bum, sou abordado nas ruas, invariavelmente todas as semanas, por crianças que me trazem críticas e lições preciosas de como me comunicar melhor. Já fui parado no meio de uma trilha, dentro da selva amazônica, pelo filho de um caboclo:
- Eu sei quem você é: Aquele professor que sabe responder qualquer pergunta!
Ainda sem saber se estava sendo confundido com alguma outra pessoa ou entidade, exigi uma confirmação.
- E como você me assiste aqui no mei da selva, menino?
- Pela parabólica ué! Completou o indiozinho com um sorriso apontando a antena que brilhava sob o sol no meio do mato.
Para minha sorte, esse público nunca para de se renovar. Eles crescem mas nascem outras crianças, muitas delas, filhas das mesmas crianças que me assistiam. Acabo de renovar meu vínculo com esse público com o Plantão do Tas, no Cartoon Network. É uma história sem fim.
Qual a diferença entre trabalhar para jovens, adultos e crianças?
É simples: O grau de sinceridade.
Tente capturar a atenção, mesmo que por alguns instantes, de um jovem, um adulto ou uma criança. A diferença parece nítida na sua frente: É impossível enrolar uma criança. Ela está ligada à realidade através de uma espontaneidade acachapante, e sempre no momento presente. Já os adultos, geralmente, apresentam uma mente dispersa em muitos pensamentos que nem sempre se relacionam ao que de fato acreditam ou à experiência que estão vivendo naquele instante. Quando uma história não interessa à criança, a conexão simplesmente se desfaz. Ao contrário do adulto e do jovem, desculpem a sinceridade pessoal, as crianças não estão nesse mundo de bobeira.
Repare a "sinceridade" com que elas brincam ou mesmo assistem à TV. A criança escolhe horário e canal onde sabe que vai encontrar. Não perde tempo como fazem os adultos, zapeando de um canal para outro.
Foi com as crianças que aprendi a aproveitar melhor o tempo e afiar a minha pontaria como comunicador na frente a atrás da câmeras. Observe atentamente o comportamento desse respeitável público e aprenda a virar um consumidor de mídia de verdade.
Aqui me aguardava turbulências na política e na economia. Para completar o quadro, minha mulher estava grávida, e eu, desempregado.
Foi quando recebi o convite para participar da criação do Rá-Tim-Bum na TV Cultura. Foi uma lufada de ar fresco que entrou na minha vida e irriga minhas células até hoje. Inventar do zero, quase 200 episódios de TV para crianças se deu em sincronia com o nascimento da minha primeira filha. Um presente e tanto. Mas o melhor estava por vir: A resposta desse respeitável público nas ruas. Desde 1990, estreia o Rá-Tim-Bum, sou abordado nas ruas, invariavelmente todas as semanas, por crianças que me trazem críticas e lições preciosas de como me comunicar melhor. Já fui parado no meio de uma trilha, dentro da selva amazônica, pelo filho de um caboclo:
- Eu sei quem você é: Aquele professor que sabe responder qualquer pergunta!
Ainda sem saber se estava sendo confundido com alguma outra pessoa ou entidade, exigi uma confirmação.
- E como você me assiste aqui no mei da selva, menino?
- Pela parabólica ué! Completou o indiozinho com um sorriso apontando a antena que brilhava sob o sol no meio do mato.
Para minha sorte, esse público nunca para de se renovar. Eles crescem mas nascem outras crianças, muitas delas, filhas das mesmas crianças que me assistiam. Acabo de renovar meu vínculo com esse público com o Plantão do Tas, no Cartoon Network. É uma história sem fim.
Qual a diferença entre trabalhar para jovens, adultos e crianças?
É simples: O grau de sinceridade.
Tente capturar a atenção, mesmo que por alguns instantes, de um jovem, um adulto ou uma criança. A diferença parece nítida na sua frente: É impossível enrolar uma criança. Ela está ligada à realidade através de uma espontaneidade acachapante, e sempre no momento presente. Já os adultos, geralmente, apresentam uma mente dispersa em muitos pensamentos que nem sempre se relacionam ao que de fato acreditam ou à experiência que estão vivendo naquele instante. Quando uma história não interessa à criança, a conexão simplesmente se desfaz. Ao contrário do adulto e do jovem, desculpem a sinceridade pessoal, as crianças não estão nesse mundo de bobeira.
Repare a "sinceridade" com que elas brincam ou mesmo assistem à TV. A criança escolhe horário e canal onde sabe que vai encontrar. Não perde tempo como fazem os adultos, zapeando de um canal para outro.
Foi com as crianças que aprendi a aproveitar melhor o tempo e afiar a minha pontaria como comunicador na frente a atrás da câmeras. Observe atentamente o comportamento desse respeitável público e aprenda a virar um consumidor de mídia de verdade.
Ele é jornalista e comunicador de TV. Tem três filhos: Luiza, Miguel e Clarice. É âncora do CQC , Plantão do Tas e autor do Blog do Tas. Aceita com gratidão críticas e sugestões sobre essa coluna no e-mail: crescer@marcelotas.com.br
Fonte - Revista Crescer
Exclusividade: Blog Fã Clube Tas Maniacas