Especialistas dizem que haverá mudança radical de perfil com Dilma, Serra ou Marina. Para humorista, povo vai sentir saudades
Meses antes de se eleger presidente, em 2002, o ex-metalúrgico e líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva fala a um interlocutor na cidade gaúcha: “Pelotas é cidade polo, né?! Exportadora de veados”. A brincadeira de gosto discutível do então candidato à presidência mistura as mais comuns gafes de chefes de estados com a irreverência inédita no cargo máximo do Executivo brasileiro. Agora, quase oito anos de piadas e discursos improvisados, o povo brasileiro conhecerá perfis quase opostos, seja com Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) ou Marina Silva (PV), Presidenciáveis com chances de chegar à Presidência.
O jornalista Marcelo Tas, apresentador do CQC, que faz cobertura política com humor, não é fã do político Lula, mas reconhece: “Sob esse aspecto do humor, vamos sentir muitas saudades do Lula. Inegavelmente ele é um grande comunicador”, diz Tas, que lançou recentemente o livro ‘Nunca antes na história desse País’, um compilado de frases e opiniões curiosas do presidente.
Historiador e professor de Relações Internacionais da Uerj, Willians Gonçalves lembra que Lula conquistou o povo brasileiro por suceder Fernando Henrique Cardoso, um intelectual. “Ele fala espontaneamente aquilo que os doutores nunca tiveram coragem de falar”, afirma Gonçalves, que só viu fenômeno semelhante com Juscelino Kubitschek, que era sorridente e foi apelidado de “presidente bossa-nova”.
O cientista político Geraldo Tadeu, diretor do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), compara o carisma de Lula ao do ex-presidente Getúlio Vargas, mas ressalva. “Apesar de Getúlio ser muito identificado com trabalhadores, era membro da elite gaúcha. E não tinha o bom humor do Lula”.
Sobre Dilma e Serra, Tadeu afirma que o povo sentirá a “mudança radical”. “Eles são técnicos, frios. As metáforas futebolísticas de Lula são excelentes”, diz o especialista, que não acredita e não aconselha postura diferente dos outros candidatos. “Eles não devem fazer nada que já não faziam antes, porque tudo vai parecer forçado”. Para Tas, “ver Serra ou Dilma fazendo piada é estranho. “Não é do código genético deles”.
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