Nascido em Ituverava (a 400 km de São Paulo), Marcelo Tristão Athayde de Souza – mais conhecido como Marcelo Tas – descobriu seu talento para a comunicação quando estudava Engenharia Civil na Universidade de São Paulo (USP). Durante dois anos, foi editor de um informativo anarquista – feito pelos próprios estudantes do curso –, que misturava jornalismo e humor. No mesmo período, ingressou na faculdade de Comunicação, se dedicando às duas paralelamente. Após o término dos cursos, Tas continuou a ousar, mas agora na TV: abriu uma produtora de vídeo; representou o repórter Ernesto Varela – que ironizava políticos –; apresentou o ‘Vídeo Show’, na Rede Globo; e interpretou o famoso Professor Tibúrcio, do infantil ‘Rá-Tim-Bum’; entre outros. Além disso, dirigiu e escreveu roteiros para vários programas, se tornando inclusive um dos profissionais mais polivalentes da TV brasileira.
Hoje, 27 anos depois de sua estreia na TV, o apresentador está à frente do ‘CQC’, da Band. Além disso, está com um projeto infantil no canal a cabo Cartoon Network – o ‘Plantão do Tas’, um telejornal com notícias falsas. Em recente palestra realizada na Casa do Saber, no Rio de Janeiro, Tas falou sobre o sucesso do ‘CQC’, que conquistou não apenas os jovens, mas também adultos e crianças. Com isso, a atração passou a usar como slogan ‘O programa da família brasileira’. “A emissora foi muito feliz em identificar um público que está interessado em política, denúncia. Percebo que as pessoas estão sedentas de um jornalismo diferente, que desejam ter acesso a uma informação mais direta e espontânea”, destacou ele em sua apresentação. Em outro momento, ele afirmou que o ‘CQC’ trouxe uma novidade: uma mistura de jornalismo e entretenimento, com humor na medida certa. “Até hoje, os telespectadores perguntam como nos classificamos, mas não quero ter essa tarefa. Algumas pessoas dizem que nosso programa é de entretenimento, outras, que fazemos jornalismo. Para mim não há problema. O que importa é a história que estamos construindo. Queremos continuar a emocionar e a fazer rir.”
Nessa entrevista exclusiva à revista Comunicação 360°, Marcelo Tas falou sobre como o humor pode influenciar a vida das pessoas e contribuir para o debate social. O resultado você confere no bate-papo a seguir.
Nós da Comunicação – Ao ser caracterizado como uma manifestação crítica, transparente e inteligente, o humor pode ter se tornado uma peça-chave para promover o debate social?
Marcelo Tas – Para mim, humor sempre foi um veículo inteligente. Freud já dizia que a risada é uma faísca que surge quando você entende algo. É uma síntese muito rápida de um insight. Então, digo que o humor está ligado à inteligência. E, hoje, é muito difícil fazer humor de qualidade. Por isso, acredito que seja uma ferramenta muito eficiente para o jornalismo, mas também pode ser para a educação. Um professor que consegue usar o humor em uma aula de física, por exemplo, consegue fazer sua explicação muito mais interessante para os estudantes. Agora, em minha opinião, é uma ferramenta que deve ser tratada com muito carinho e respeito.
Marcelo Tas – Para mim, humor sempre foi um veículo inteligente. Freud já dizia que a risada é uma faísca que surge quando você entende algo. É uma síntese muito rápida de um insight. Então, digo que o humor está ligado à inteligência. E, hoje, é muito difícil fazer humor de qualidade. Por isso, acredito que seja uma ferramenta muito eficiente para o jornalismo, mas também pode ser para a educação. Um professor que consegue usar o humor em uma aula de física, por exemplo, consegue fazer sua explicação muito mais interessante para os estudantes. Agora, em minha opinião, é uma ferramenta que deve ser tratada com muito carinho e respeito.
Nós da Comunicação – Você acredita que o humor pode influenciar a vida das pessoas e o ambiente de trabalho?
Marcelo Tas – Eu tenho certeza que pode influenciar, inclusive na vida amorosa. Eu acredito que o humor é a porta para o romance. Quando você faz uma mulher rir, uma janela se abre para que a conversa se alongue. E o mesmo acontece com um homem, com um filho e, até mesmo, na relação professor/aluno. Quando você usa humor e é capaz de rir de si mesmo, você não tem a arrogância de achar que não erra. Essa é a grande virtude do palhaço: escorregar para que as pessoas riam do ridículo dele.
Marcelo Tas – Eu tenho certeza que pode influenciar, inclusive na vida amorosa. Eu acredito que o humor é a porta para o romance. Quando você faz uma mulher rir, uma janela se abre para que a conversa se alongue. E o mesmo acontece com um homem, com um filho e, até mesmo, na relação professor/aluno. Quando você usa humor e é capaz de rir de si mesmo, você não tem a arrogância de achar que não erra. Essa é a grande virtude do palhaço: escorregar para que as pessoas riam do ridículo dele.
Nós da Comunicação – Como conciliar jornalismo com humor, como faz no CQC, sem cair no erro?
Marcelo Tas – É dificílimo. No caso do ‘CQC’, temos de correr riscos, senão não tem graça. Se pararmos para pensar, os mandamentos do jornalismo pregam que o profissional deve ser imparcial, equilibrado, preciso. O humor é o contrário: é impreciso, imprevisível e a qualquer momento pode dar errado. Com isso, estamos sempre em uma corda bamba. Algumas vezes erramos na dose e caímos no abismo, outras, conseguimos ter sorte. Mas ainda acredito que seja muito melhor continuar arriscando do que ficar com medo, parcimonioso ou jogando com regras muito marcadas. Para mim, essa é a chave do ‘CQC’.
Marcelo Tas – É dificílimo. No caso do ‘CQC’, temos de correr riscos, senão não tem graça. Se pararmos para pensar, os mandamentos do jornalismo pregam que o profissional deve ser imparcial, equilibrado, preciso. O humor é o contrário: é impreciso, imprevisível e a qualquer momento pode dar errado. Com isso, estamos sempre em uma corda bamba. Algumas vezes erramos na dose e caímos no abismo, outras, conseguimos ter sorte. Mas ainda acredito que seja muito melhor continuar arriscando do que ficar com medo, parcimonioso ou jogando com regras muito marcadas. Para mim, essa é a chave do ‘CQC’.
Nós da Comunicação – Em sua opinião, qual é o limite entre o humor e a ética?
Marcelo Tas – É o respeito, tanto por quem você está entrevistando quanto pelo telespectador. Acho que não vale ultrapassar os limites ou usar do desrespeito para fazer graça, até porque o público percebe que você forçou algo que não é justo e aí, o que era para ser engraçado, com certeza, perderá a força. Quer dizer, para criticar alguém que você considera injusto, não se pode fazer o mesmo que ele faz. Esse é um ponto que discutimos muito no ‘CQC’. Se roubarmos no jogo para entrevistar um político, por exemplo, estaremos cometendo o mesmo erro que, talvez, critiquemos nele.
Marcelo Tas – É o respeito, tanto por quem você está entrevistando quanto pelo telespectador. Acho que não vale ultrapassar os limites ou usar do desrespeito para fazer graça, até porque o público percebe que você forçou algo que não é justo e aí, o que era para ser engraçado, com certeza, perderá a força. Quer dizer, para criticar alguém que você considera injusto, não se pode fazer o mesmo que ele faz. Esse é um ponto que discutimos muito no ‘CQC’. Se roubarmos no jogo para entrevistar um político, por exemplo, estaremos cometendo o mesmo erro que, talvez, critiquemos nele.
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